quinta-feira, 30 de julho de 2009

Curdistão estratégico

O ex-membro do Departamento de Estado americano Henri Barkey repercute as eleições de domingo no Curdistão em artigo publicado no site do Carnegie Endowment For International Peace, instituição privada de discussão acadêmica – o que nos Estados Unidos se chama de “Think Tank”. Como abordado no post de ontem aqui no blog, menciona também o relaxamento de tensões entre a região autônoma e a Turquia.

Mas ele levanta uma bola interessante: como será que os iranianos vão entrar neste jogo? Sim, porque o projeto da República Islâmica envolve e pretende participação em todos os assuntos fundamentais do Oriente Médio. Na medida em que Estados Unidos, União Europeia, Síria e Turquia passam a se relacionar com os curdos diretamente, é bastante provável – e até legítimo – que o Irã também estreite os laços.

Não há nada a fazer por ora além de especular. Mas acredito na possibilidade de o Curdistão se transformar num campo de batalha política e ideológica entre EUA e Irã.

Barkey lança luz sobre outro aspecto importante. Como parte do Iraque, a região autônoma é diretamente afetada pela presença americana no país. Este é mais um dos motivos de preocupação da administração Obama – que tem como um dos pilares de política externa o arrefecimento do antiamericanismo ao redor do mundo e por isso pretende deixar o Oriente Médio sem arestas para aparar.

“Levando-se em conta que o Curdistão é forte militarmente, os Estados Unidos não desejam qualquer tipo de instabilidade, justamente no momento em que preparam a retirada de suas tropas do Iraque”, escreve.

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