terça-feira, 18 de agosto de 2009

Obama entrega Talibã de bandeja para Putin. Mas sem querer, é claro

Além da pobreza, a Ásia Central é amplamente afetada pela violência étnica e fundamentalista. Com o combate que vem sendo travado no Afeganistão, existe agora a possibilidade de os conflitos se espalharem pelos demais países da região. Tudo porque o aumento das tropas americanas e da OTAN tem provocado de maneira involuntária a descentralização de táticas e ideologias talibãs.

As perspectivas são desanimadoras, como confirma reportagem publicada pelo New York Times.

“pode ocorrer um fortalecimento de movimentos islâmicos, especialmente no Vale de Fergana, que inclui partes de Quirguistão, Uzbequistão e Tadjiquistão – três ex-repúblicas soviéticas com grandes populações muçulmanas”, diz.

O número de habitantes dos três países somados ultrapassa a casa dos 35 milhões. É assustador imaginar o potencial que o Talibã pode passar a ter nesta região.

Lutar contra o grupo é como tentar se esquentar com um cobertor curto. Se a coalizão vencer no Afeganistão, os extremistas seguramente vão encontrar refúgio nas ex-repúblicas soviéticas, podendo causar um estrago ainda maior.

Do outro lado do Mar Cáspio, o governo russo teve uma demonstração do poder devastador do fundamentalismo suicida islâmico nesta segunda-feira. Na República da Inguchétia, uma caminhonete-bomba foi detonada contra a sede do Departamento do Interior, em Nazran, maior cidade da região.

O atentado terrorista deixou ao menos 20 mortos e cerca de 140 feridos, dentre eles quase dez crianças.

Quando os talibãs se infiltrarem nesta área, uma grande ironia estará a passos largos de se tornar realidade. Como crítico voraz da OTAN, o governo russo vai se deparar com os militantes derrotados pela aliança militar ocidental. O problema é que, por coerência ou falta dela, terá de enfrentar esta luta sozinha, uma vez que um dos pilares da política externa do país é se indispor aos mecanismos de defesa internacionais criados por EUA e União Europeia.

E isso tudo deve acontecer mais rápido do que se imagina. O Talibã será um presente de grego dado a Putin em nome de Obama.

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