segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Se a crise grega se aprofundar na Itália, o euro correrá mais riscos do que nunca

O primeiro-ministro grego, George Papandreou, topou o jogo político do possível e pediu demissão. Um governo de coalizão deve ditar os rumos da Grécia a partir de agora. No entanto, há uma grande contradição nisso tudo: o próximo líder do país será nada mais do que uma figura representativa dos interesses da União Europeia. Afinal, não há opções a serem feitas, mas é preciso armar um teatro de conformidade capaz de enfiar goela abaixo da população as mais duras medidas restritivas já vistas. A verdade é uma só: em menos de uma década, a Grécia passou de país mais rico do balcãs a protagonista da crise que pode dar fim à UE como a conhecemos hohe.

Foto: Berlusconi tem uma bomba nas mãos pior do que qualquer um de seus muitos escândalos

A ideia é cortar de cara 50% dos débitos. Mas, mesmo este corte inicial está longe de resolver os problemas. A redução em 100 bilhões de euros ainda mantém a dívida em 256 bilhões de euros. Assim, contraditoriamente, a ajuda que o país receberá ao aprovar o pacote de medidas restritivas passa como trocado. O plano prevê que este furacão político será recompensado pela liberação da parcela inicial de oito bilhões de euros. Em perspectiva, tudo soa mais trágico, não?

Aos gregos, o euro sofreu uma grande transformação. A moeda era vista como o passaporte de igualdade no bloco, a senha que confirmaria um caminho de desenvolvimento e oportunidade. Agora, no entanto, para manter o euro, os gregos precisam abrir mão do mínimo de qualidade de vida. Para ser bastante franco, acho que é muito claro que há uma geração grega perdida. Ou emigram ou levarão uma vida muito ruim por tempo indeterminado.

A próxima “vítima” dos mercados deve ser a Itália. A tendência é que a crise se espalhe e se aprofunde por mais países. O caso italiano, porém, deve ser ainda mais grave. A visão em perspectiva ajuda novamente. Todo este problema na Grécia será mínimo se comparado à Itália. A economia grega é responsável por apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro. Já a Itália é a terceira maior economia do bloco, atrás apenas de Alemanha e França. Se o governo de Roma não for capaz de conter esta onda de crise, o euro estará seriamente em risco.

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