quarta-feira, 10 de setembro de 2014

IS: o polo de atração dos terroristas de todo o mundo

A partir de hoje passo a chamar a ISIS de IS. O próprio grupo redefiniu seu nome, então acho que vale seguir. Aliás, o correto é o IS (Estado Islâmico, em inglês). Sobre isso, curiosamente, vale dizer que a decisão foi uma maneira de facilitar a divulgação virtual do grupo terrorista principalmente no Twitter. Pois é. 

Por mais que seja ultraconservador, tradicionalista e retrógrado, o IS é, de muitas maneiras, um retrato do mundo globalizado contemporâneo no que ele tem de pior, naturalmente. O simples fato de ser uma organização terrorista que se orgulha da própria violência conta com alguns adendos. Entre eles, a ideia de que precisa divulgar seus feitos nas redes sociais. O IS é produto deste novo mundo ainda em formação desde os atentados de 11 de Setembro. Treze anos depois da realização dos ataques, nasce um grupo que dissidente da al-Qaeda, mas que se pretende diferente pela exacerbação do radicalismo que já existia e por se imaginar como uma “empresa internacional” que não faz franquias, mas concentra seus funcionários numa luta expansionista.

Os membros do IS querem se divulgar no Twitter. Querem também mostrar que o terrorismo pode ser algo corriqueiro, então postam vídeos de seus membros fazendo exercícios físicos. Ao contrário da al-Qaeda, o IS aceita filiação internacional, inclusive de recém-conversos ao Islã. A estratégia de longo prazo, além da reconstrução do Califado até a Europa, é  transformar a organização num polo de atração de todos os radicais do mundo. O IS tem espaço a todas as linhas de terrorismo e suas agendas. Este é o aspecto responsável pelo seu sucesso temporário. Então se o ponto final de sua existência é a reconstrução do Califado, antes deste fim há um meio da caminho onde cabe lutar contra as fronteiras do Oriente Médio, desafiar os EUA e aliados e libertar a Chechênia e o Cáucaso das amarras do Estado nacional russo. 

Com todo este discurso eloquente e a concentração de todos os terroristas do mundo e suas ideias sobre desafiar todos os governos mundiais, a chance de o IS fracassar é enorme. 

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